terça-feira, 17 de novembro de 2009

Acompanhe, passo a passo - Doação de sangue

Antes da doação, o voluntário precisa passar por uma triagem. Acompanhe, passo a passo, como tudo é feito:

Cadastro - O voluntário, de posse de documento de identidade, informa seus dados e recebe um código, que ele usará durante todo o processo.

Teste de anemia - É retirada uma gota de sangue do dedo para análise. Se o voluntário tiver anemia, não poderá doar.

Sinais vitais e peso - São verificados a pressão arterial, o batimento cardíaco e o peso do voluntário.

Triagem clínica - É feita uma entrevista confidencial, que tem por objetivo avaliar se a doação pode trazer risco tanto ao candidato quanto ao receptor.

Voto de auto-exclusão - Após a entrevista, o voluntário tem a oportunidade de dizer se possui comportamento de risco que possa implicar em contaminação por HIV. A bolsa de sangue ganha um código de barras, que vai servir como identificação do voluntário, que tem sua identidade preservada. Se a resposta for sim, o voluntário fará a doação e o sangue passará por todos os testes. Mesmo que os resultados sejam negativos, a bolsa é descartada.

Se a resposta for não, a bolsa também passará pelos testes e só será utilizada se todos os resultados derem negativo.

Coleta - São retirados cerca de 450 ml de sangue em uma bolsa estéril, de uso único. Portanto, o procedimento é seguro.

Lanche - Para repor as energias após a doação.

Depois da coleta, a bolsa é encaminhada para o fracionamento, onde vai ser separada em até quatro componentes: plasma, hemácias (ou glóbulos vermelhos), crioprecitpitado e plaquetas. O plasma é destinado a pacientes com distúrbios de coagulação; as hemácias, ao tratamento de anemias; o crioprecipitado, ao tratamento de doenças da coagulação; as plaquetas, em casos de hemorragia ou juntamente com a quimioterapia em pacientes com câncer.

Em seguida, esses componentes são levados ao armazenamento, onde permanecem até o resultado de uma bateria de exames - hepatites B e C, HIV, HTLV I e II, sífilis e Mal de Chagas. Se eles afirmam que a bolsa é totalmente segura para a transfusão, ela é levada para o estoque.

Por que doar
Apesar da rápida evolução da ciência, ainda não foi encontrado um substituto para o sangue humano. Por isso, sempre que alguém necessita de uma transfusão para sobreviver, tem de contar com a solidariedade de outras pessoas. E isso não quer dizer que as transfusões só são necessárias em casos de emergência. Há inúmeras doenças que dependem delas constantemente. "As principais são anemias agudas decorrentes da perda sangüínea, anemias em pacientes com câncer e anemias em pacientes com deficiência congênita das hemoglobinas, como é o caso da talassemia", enumera o hematologista.

Tipos de sangue
O sangue humano é classificado em grupos e subgrupos. Os mais importantes são os ABO (A, B, AB e O) e o Rh (positivo e negativo). Segundo a Fundação Pró-Sangue de São Paulo, os tipos sangüíneos mais comuns no Brasil são o A e o O. Juntos, eles abrangem 87% da nossa população. O Grupo B contribui com 10% e o AB com apenas 3%. O sangue do tipo O negativo é conhecido como "doador universal". Ele pode ser injetado em qualquer pessoa, mas quem possui esse tipo de sangue só pode receber transfusões do tipo O. O problema é que apenas 5% dos brasileiros possuem este tipo de sangue. Por isso, ele é o mais necessário nos bancos de sangue. Já o sangue do tipo AB é considerado "receptor universal", ou seja, a pessoa que tem este tipo de sangue pode receber qualquer outro tipo.

Quem deseja se tornar um doador precisa conhecer algumas regras, que você vai ler na matéria mais adiante. Mas, para cada sexo, há um limite de doações. Homens podem doar sangue a cada 60 dias, porém só podem fazer até quatro doações por ano. As mulheres, por sua vez, podem fazer a cada 90 dias, com limite de três doações anuais. Com uma lista de doadores regulares, aumentam as chances de se encontrar o tipo sangüíneo desejado nos bancos de sangue e, conseqüentemente, as chances de salvar vidas. "Ser um doador voluntário vale a pena. A satisfação de ajudar alguém é a maior recompensa, porque quem doa sangue doa vida", afirma o Dr. César.

Impedimentos para a doação:
Além dos requisitos básicos para se tornar um doador, é preciso conhecer alguns dos impedimentos temporários que podem eliminar um candidato.

- Gravidez

- Parto - a mulher só pode voltar a doar sangue após três meses, no caso de parto normal, e seis meses, no caso de cesariana.

- Amamentação - se o parto tiver acontecido há menos de doze meses.- Gripe - é preciso esperar sete dias antes de doar.

- Ingestão de bebidas alcoólicas e comidas gordurosas nas quatro horas que antecedem a doação.

- Realização de tatuagem nos últimos doze meses.

- Comportamentos onde há risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis - é preciso aguardar doze meses antes de doar.

- Malária. Há estados brasileiros em que a transmissão da doença é mais freqüente, como Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Quem esteve nesses estados precisa aguardar seis meses. Quem morou deve esperar três anos antes de doar.

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