Aqui, no Brasil, as doações são caracterizadas por duas categorias. A voluntária, que é aquela em que a pessoa doa seu sangue de forma solidária, sem se preocupar em saber a quem ele se destina; e a vinculada, que é particular, personalizada e serve para repor a quantidade de sangue utilizada no tratamento de algum parente ou amigo internado. Esta última é a forma mais comum de doação. "Há muita desinformação sobre o tema. Na família e na escola, locais onde recebemos os primeiros ensinamentos de nossas vidas, dificilmente o assunto é tratado. Quando o abordam, o fazem de maneira inadequada. Por isso, a doação de sangue ainda é cercada de muitos medos e tabus", diz o hematologista César Almeida Neto, da Fundação Pró-Sangue, de São Paulo.
Mitos que cercam a doação
Por medos e tabus, entenda-se todo tipo de crendice sem fundamento. Quer saber algumas? Há quem acredite que quem doa sangue uma vez tem de doar pelo resto da vida; que a doação "engrossa" o sangue, entupindo as veias; que a doação "afina" o sangue, provocando anemia; que doar sangue emagrece/engorda/vicia; que mulheres menstruadas não podem doar sangue; que doadores correm risco de contaminação.
Pelo contrário. Doar sangue é simples, rápido e seguro. E organismo repõe o volume de sangue doado nas primeiras 24 horas após a doação. Todo o material utilizado na coleta é descartável, o que elimina qualquer risco de contaminação para o doador. Mas é claro que, para ser doador, é preciso preencher alguns pré-requisitos básicos, como estar em boas condições de saúde, ter entre 18 e 65 anos, pesar no mínimo 50 quilos, não ser usuário de drogas ilícitas injetáveis, não ter comportamento sexual de risco e não ser portador de doenças transmissíveis pelo sangue (como hepatites, B e C, vírus HIV e HTLV I e II, Doença de Chagas e malária). Também há restrições a pessoas que fazem uso regular de alguns tipos de medicamentos. "O uso regular de alguns remédios deve ser analisado caso a caso. Portanto, antes de doar, é preciso consultar um hemocentro", indica o Dr. César.
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